Fabiana Passoni – A brasileira do jazz suave
Com disco recém lançado indo muito bem, obrigado, um projeto de sucesso com mais duas amigas gringas tocando repertório de mestres brasileiros e às portas de completar 20 anos desde o lançamento do primeiro álbum, Fabiana Passoni conseguiu mais um feito na terra do Tio Sam. A cantora mineira de Poços de Caldas acaba de entrar na 48ª posição do Chart Smooth Jazz Global profissional. “Eu sempre cheguei com meus CDs nos Top 50 dos Charts independentes de jazz. Com o Inner Bossa eu entrei essa semana (segunda, dia 6) no Chart profissional pela primeira vez e estou muito feliz. Essa é uma vitória importantíssima para mim”, comemora com todos os motivos para isso.
O Inner Bossa, lançado em abril passado, é o quinto disco da carreira da cantora e compositora, fora os singles. Para divulgar o trabalho, Fabiana excursiona pelos EUA com um show que conta com integrantes da banda do músico Sérgio Mendes, onde revisita seu repertório e apresenta as novas canções, como Pele ao Abraçar.
“O que eu sinto é o que eu faço na minha música. Como sou independente, pago pelas minhas gravações, eu faço o que eu quero. Não sigo uma fórmula imposta por gravadoras. O Inner Bossa, como o nome sugere, é a bossa que está dentro de mim, é a interpretação que dou, é a minha bossa”, reflete. “O Inner Bossa, para mim, é o melhor do meu trabalho”, garante.
Sobre o trabalho cazamigas com as amigas, o aclamado projeto As Três Meninas, Fabiana está bastante empolgada. Ela conta que as parceiras de palco são todas líderes de bandas. “A percussionista Ami Molinelli Hart morou na Bahia por dois anos e tem um grupo chamado Falso Baiano, só com americanos e a pianista Stephanie Ozer tocou com a Leny Andrade. Por isso tudo, conhecendo as meninas, pensei em formatar isso em um espetáculo, com repertório brasileiro, e aproveitar a oportunidade do nosso encontro”, comemora.
Fabiana explica que após lançar seus discos de maneira independente, passou a ter a cabeça voltada para o business. “Não é só cantar e fazer shows, você tem que trabalhar a divulgação de todas as formas, batalhar a projeção do seu trabalho, colocar na internet, daí você fica com a cabeça voltada para a questão do negócio em si, não é só mais a música”, explica, “então o projeto com as meninas vem muito dessa vontade de investir”, emenda.
A mineira conta que os shows para o trio As Três Meninas, que iniciou no segundo semestre do ano passado, tem muita procura e já tem show marcado até final de setembro. No repertório, músicas de gente graúda como Hermeto Pascoal, Guinga, Jovino Santos Neto, coisas do jazz brasileiro que americano curte muito (e infelizmente os brasileiros não, sendo que a maioria até desconhecem esses artistas”.
Fabiana sempre que pode vem ao Brasil para rever a família e amigos. Quando questionada sobre uma possível turnê por aqui, ela diz que adoraria, mas não acredita que isso possa acontecer, pois não vê mercado para seu trabalho no país. Um executivo de gravadora já foi taxativo uma vez, ao não contratá-la. “Eu estava com um pé dentro da Sony, no Rio de janeiro, quando gravei o Naturalmente Brasil (disco de 2011), muito bem recomendada, quando o responsável pelas contratações, após ouvir meu disco me mandou um e-mail dizendo: É muito bom para o Brasil, ninguém vai comprar”, lamenta Fabiana.
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