Milícia e político suspeitos da morte de Marielle Franco

Escadaria da rua Cristiano Viana, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, com homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL) – Danilo Verpa – 20.mar.18/ Folhapress

Acredito que não seja novidade para as pessoas de bom senso e que não se deixam poluir pelo ódio cego com a esquerda que assola a Internet. Ontem uma testemunha contou para a polícia que o vereador Marcello Sciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando Oliveira Araújo desejavam a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). Na execução do crime o motorista Anderson Gomes também veio a óbito.

Claro que quando procurado pela imprensa sobre o assunto o vereador disse não conhecer o ex-PM (que foi condenado e preso por chefiar uma milícia) e ainda disse que a testemunha é “mentirosa”. O vereador  já prestou depoimento à Divisão de Homicídios sobre o assassinato de Marielle no início do mês passado, na ocasião como testemunha.

De acordo com o depoimento da testemunha que aponta o vereador e o ex-PM como responsáveis pelo assassinato, a motivação do crime foi o avanço de ações comunitárias de Marielle em áreas de interesse da milícia da Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Informações divulgadas pelo jornal O Globo revelam que a testemunha foi obrigada a trabalhar para Orlando e ainda deu detalhes de como a execução foi planejada, pois participou de reuniões para tratar do assunto. As conversas entre Orlando e Siciliano teriam começado em junho do ano passado.

“Eu estava numa mesa, a uma distância de pouco mais de um metro dos dois. Eles estavam sentados numa mesa ao lado. O vereador falou alto: “Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando”. Depois, bateu forte com a mão na mesa e gritou: “Marielle, p*ranha do Freixo”. Depois, olhando para o ex-PM, disse: ‘Precisamos resolver isso logo’”, afirmou a testemunha.

Em agosto do ano passado o vereador Marcello Siciliano foi humilhado por Marielle na Câmara do Rio. A vereadora sugeriu que Siciliano era um covarde e depois postou este vídeo em seu Instagram.

Marielle foi assessora do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) durante a CPI das Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A vereadora era conhecida por denunciar abuso de policiais e milicianos no estado do RJ.

Hoje pela manhã, após ter o nome ligado ao assassinato Marielle, o vereador Marcello seguiu negando ter relação com o crime e ainda disse que tinha carinho pela vereadora morta. “Minha relação com Marielle era muito boa, tínhamos carinho um pelo outro”, disse em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (9). “Nunca tivemos conflitos políticos em região alguma”, afirmou….

Após a morte de Marielle, Marcello postou foto com ela no Facebook e classificou a vereadora como: “amiga, guerreira, simpática, educada, inteligentíssima e, acima de tudo, da paz”…

A reportagem informa ainda que a testemunha concedeu três depoimentos à Divisão de Homicídios. Deu informações à polícia sobre datas, horários e reuniões entre Siciliano e o ex-PM, que atualmente está em Bangu 9, no Complexo Pentenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Também teria fornecido nomes de quatro homens escolhidos para o assassinato, agora investigados pela polícia.

Ainda segundo a publicação, a testemunha contou que, um mês antes do atentado contra Marielle, o ex-PM deu a ordem para o crime de dentro da cela de Bangu 9. Orlando mandou que seus homens providenciassem a clonagem de um carro, o Cobalt prata, e que o veículo foi visto circulando próximo da comunidade da Merk, na Zona Oeste, controlada pelo ex-PM.

 A vereadora Marielle e o motorista Anderson Gomes foram executados com quatro tiros na cabeça na noite de 14 de março.

Sal

Jornalista, blogueiro, letrista, já fui cantor em uma banda de rock, fotógrafo, fã de música, quadrinhos e cinema...

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