Power to the People: o legado de John Lennon
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📀 Um box, um manifesto, um lembrete
Quando John Lennon gritou ✊“Power to the People!” em 1971, o mundo pegava fogo. Guerra do Vietnã, protestos civis, Nixon no poder e um Lennon recém-liberto dos Beatles tentando encontrar o próprio papel no meio do caos. Cinquenta e quatro anos depois, esse grito volta a ecoar com o lançamento do box “Power to the People”, uma caixa monumental que repassa, com som, imagem e alma, um dos períodos mais intensos e mal compreendidos da vida do nosso querido Joãozinho.
São 9 CDs, 3 Blu-rays e um livro de 204 páginas, com fotos inéditas, manuscritos, cartas e bastidores do casal Lennon-Ono entre 1971 e 1972. O box cobre da gravação de Imagine e Some Time in New York City até os lendários shows beneficentes One to One, no Madison Square Garden. É uma viagem pela cabeça e pelo coração de um artista que se jogou de corpo inteiro na política, na arte e no amor, e pagou caro por isso.
🎤 Lennon, Yoko e a revolução caseira
Mais do que uma coleção de músicas, o box é uma cápsula de tempo. Um Lennon que trocou as melodias doces por gritos de protesto, que saiu dos palcos gigantes pra cantar nas ruas, e que acreditava, de verdade, que a música podia mudar o mundo.
Yoko Ono, como sempre, está em cada pedaço dessa história. O projeto mostra que o ativismo do casal era uma simbiose. Lennon e Yoko se tornaram uma performance contínua de arte e resistência. Eles transformaram o cotidiano em manifesto: a cama em palco, o amor em bandeira e a canção em arma de transformação.
Power to the People é a lembrança de que Lennon não queria só “dar um tempo” depois dos Beatles. Ele queria reescrever o próprio sentido da fama, trocando os aplausos por causas.
🕊️ Uma live com temperos, risos e reflexões
E é exatamente esse espírito que inspirou a live especial do Pitadas do Sal, realizada em 13 de outubro de 2025, comigo, Os Sem Carisma e as Beatle Girls.
A ideia foi simples: trocar as primeiras impressões sobre o box, sem filtro, sem roteiro prévio, do jeito que o Pitadas gosta.
Falamos do peso histórico desse lançamento, das novas mixagens, do resgate do Lennon ativista e das contradições de um artista que pregava paz, mas vivia em guerra consigo mesmo.
Entre uma risada e outra, o papo mostrou como o Lennon dos anos 70 ainda provoca: um homem entre a lucidez e o caos, entre o idealismo e o ego.
O público, claro, entrou de cabeça no debate. Afinal, quem nunca quis entender de verdade quem era o John Lennon fora da mística dos Beatles?
🔊 O Box como documento cultural
Tecnicamente, o box é um primor. As novas mixagens trazem uma clareza impressionante e dá pra sentir a bateria estourando o ar, o baixo pulsando e a voz de Lennon mais próxima, mais humana.
Os registros ao vivo dos shows One to One estão entre os grandes momentos do pacote: a energia é bruta, sincera, quase punk.
O livro que acompanha a edição é outro ponto alto. Repleto de anotações, cartas e registros do FBI (que vigiava Lennon por seu ativismo), o material ajuda a compreender o quanto o cantor se tornou persona non grata no governo Nixon.
É a história da música e da política caminhando de mãos dadas, sem retoques.
💭 John Lennon ainda faz sentido?
Essa é a pergunta que ficou no ar durante a live e talvez seja a mais importante.
Num mundo onde as vozes dissonantes viraram ruído e o engajamento virou produto, Lennon soa quase utópico. Mas talvez seja exatamente por isso que ele ainda importa.
Power to the People não é apenas uma retrospectiva; é um lembrete do poder da arte como ferramenta de contestação. E mais do que nunca, a cultura precisa desse tipo de empurrão.
Como disse Yoko uma vez e John mencionou em entrevista: “A dream you dream alone is only a dream. A dream you dream together is reality.”
🎬 Um Lennon mais vivo do que nunca
O novo box “Power to the People” é, acima de tudo, um ato de justiça cultural.
Mostra o Lennon que o tempo tentou apagar, o homem por trás do mito, o artista imperfeito que acreditava que mudar o mundo começava em mudar a si mesmo.
No fim, o grito que dá nome à caixa ainda reverbera, pedindo pra ser ouvido não só nas ruas, mas dentro da gente.
📺 Assista à live completa no canal Pitadas do Sal no YouTube
💬 E comenta lá: você acha que o Lennon ativista ainda tem espaço no mundo de hoje?
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