Likes, Hashtags e Política: O Show da Extrema Direita no Congresso


Vamos lá… se você acha que política é só aquele assunto chato do Jornal Nacional, segura que o circo tá armado e a plateia não é mais só você no sofá: é o país inteiro rolando feed no celular. A extrema direita encontrou no Congresso o palco perfeito para transformar leis em espetáculo, discursos em memes e debates sérios em likes e shares. E eu te garanto: não é exagero, é realidade pura, da pesada.


Política performática: o roteiro pronto para viralizar

A primeira coisa que você precisa entender é que hoje política é performática. Cada fala, cada gesto, cada ataque estratégico é pensado para viralizar. Não importa se o projeto de lei é bom ou ruim, o que importa é quem vai aparecer mais no Twitter, quem vai ter mais visualizações no TikTok e quem consegue transformar uma audiência em engajamento.

E o Congresso? Virou palco desse show digital.

O que antes era reservado a debates técnicos, com números, relatórios e argumentações, agora ganhou figurino, roteiro e hashtag. A extrema direita aprendeu a gamificar a política. Transformou cada sessão em reality show, cada proposta em trending topic.

E, cara, não dá para negar: é eficaz. Cada discurso de efeito, cada declaração inflamável, cada briga com o governo rende compartilhamento, comentário e, claro, adesão de base.


Da bancada ao feed: quando espetáculo molda opinião

Mas não é só marketing barato. Existe estudo por trás disso. Pesquisadores apontam que o conteúdo performático da extrema direita não apenas engaja, ele molda opinião pública.

A lógica é simples:

  • Se viralizou, é relevante.
  • Se é relevante, merece atenção.
  • Se merece atenção, influencia decisões.

E assim, a linha entre espetáculo e política concreta se torna quase invisível.

A mídia tradicional também entrou na dança. Jornalistas e canais noticiam o circo como se fossem comentaristas de programa de auditório. Cada bate-boca, cada grito ou gesto dramático rende pauta e audiência.

E o cidadão? Passa a consumir política como reality show, aplaudindo ou criticando sem necessariamente analisar o conteúdo real das propostas. É a democracia em modo fast food: rápida, visual, emocional.


Exportando o show: não é só no Brasil

Agora, pensa aqui com o tio Sal: a política performática não é apenas um fenômeno brasileiro. Lá fora, populismos digitais usam as mesmas estratégias.

Mas aqui, com o Congresso viralizando, a transa fica mais intensa. Vídeos curtos, cortes de sessões, frases de efeito, memes… tudo converge para uma experiência que mistura entretenimento e poder legislativo.

A plateia cresce, mas o debate sério diminui.


O perigo do glitter: quando a narrativa substitui o argumento

E qual é o perigo disso? Que decisões importantes passem despercebidas, enquanto todos comentam sobre o grito do deputado ou a careta do senador.

O risco é que a viralização e a polarização substituam a deliberação, transformando política em espetáculo contínuo, onde likes valem mais que argumentos.

Mas, calma! Não tô aqui pra te deixar desesperado. A boa notícia é que entender o jogo é metade da batalha. Se você percebeu que política hoje tem roteiro, câmera e hashtag, você já não é mais só plateia. Pode passar a ser cidadão crítico, que consome informação, questiona e participa ativamente, sem cair na armadilha do espetáculo.


A plateia também escreve o roteiro

Se você acha que isso é só papo teórico, dá uma olhada na sua timeline: cada sessão da extrema direita é cortada, remixada e compartilhada nas plataformas digitais.

Um gesto de ódio viraliza, uma frase de efeito vira sticker, e de repente o que era um debate sobre imposto ou educação se transforma em show de engagement.

E aqui mora o paradoxo: a política performática depende de engajamento, mas o engajamento depende da compreensão crítica de quem assiste. Quanto mais a gente percebe a encenação, mais força temos para ressignificar a narrativa.


Narrativa, heróis e vilões: a série que decide leis

O Congresso não é só palco da extrema direita, mas a visibilidade que eles conquistaram com performance digital cria uma sensação de onipresença.

Cada fala polêmica, cada gesto dramático é amplificado, compartilhado e remixado, muitas vezes escondendo ou distorcendo o conteúdo real do que está sendo discutido.

Se você é fã de cultura pop, vai perceber que isso não é muito diferente de filmes e séries. Tem roteiro, tem tensão, tem clímax e, claro, tem vilão e herói.

A diferença? O vilão pode aprovar uma lei que muda vidas, e o herói pode ser apenas uma hashtag.


A vacina contra o espetáculo vazio

A nossa defesa contra o espetáculo vazio é informação. Ler, pesquisar, questionar e comparar. Não se deixar levar por cortes de vídeo ou frases de efeito.

Entender que cada discurso viralizado tem um propósito estratégico e não é só entretenimento. O feed pode ser viciante, mas a política exige atenção crítica e participação consciente.

No fim das contas, o show da extrema direita no Congresso é uma aula prática de como poder e mídia se misturam. É lição sobre narrativa, performance e manipulação de atenção.

E mais do que isso: é um convite para a plateia, que somos todos nós, assumir protagonismo, perceber o roteiro e, quem sabe, escrever novos atos.


Então, rapaziadinha, fica a reflexão: a política é espetáculo? Sim. Mas você pode decidir se vai ser apenas plateia ou se vai participar do enredo, questionar a trama e cobrar consequências reais.

Likes e hashtags são poderosos, mas o que muda vidas mesmo é ação consciente, crítica e engajada. E isso, meu amigo, não entra no feed: precisa ser vivido.

Sal

Jornalista, blogueiro, letrista, já fui cantor em uma banda de rock, fotógrafo, fã de música, quadrinhos e cinema...

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