O legado de um traidor da pátria: Eduardo Bolsonaro e a comédia dos erros

Ah, Eduardo Bolsonaro! O nome que ecoa nos corredores da política brasileira como um lembrete constante de que, às vezes, a ficção supera a realidade mais absurda. Se você pensava que a história já havia nos presenteado com sua cota de figuras patéticas e traidoras, prepare-se para conhecer o case de estudo definitivo. Não é apenas uma questão de opinião; é uma constatação que se desenha com a clareza de um outdoor em plena Avenida Paulista, iluminado por holofotes da mais pura ironia.

Para alguns, ele é o “filho 03”, o “embaixador” que nunca foi. Para nós, que observamos o circo pegar fogo com uma mistura de indignação e um certo fascínio mórbido, Eduardo Bolsonaro se consolida como um dos maiores, senão o maior, traidor da pátria que esta nação já teve o desprazer de testemunhar. E não, não estamos falando de uma traiçãozinha de esquina, um deslize juvenil. Estamos falando de um espetáculo grandioso de deslealdade, com direito a cenários internacionais e um roteiro digno de um filme B de espionagem, só que sem a parte da espionagem competente.

Se a política fosse uma peça de teatro, Eduardo Bolsonaro seria aquele personagem que surge em cena para provocar gargalhadas nervosas, mas que no fundo, encarna a tragédia da deslealdade. Entre trapalhadas diplomáticas e aventuras internacionais, o “03”  se consolida como o mais acabado exemplo do que acontece quando a vaidade ultrapassa o compromisso com a pátria. Um Judas tropical de terno mal cortado, versão caricata do “traidor clássico” que atravessa a história da humanidade.


Quando a ficção imita o absurdo

Eduardo Bolsonaro não inventou a traição política. Ela é tão antiga quanto a própria ideia de Estado. Mas o que torna seu caso peculiar é a mistura de ingenuidade diplomática, deboche institucional e subserviência estrangeira. Ele não se limitou a cometer deslizes de retórica ou gafes parlamentares, ele elevou a prática da traição a um espetáculo internacional, pedindo apoio de governos estrangeiros contra seu próprio país.

O paralelo histórico é inevitável. Nos Estados Unidos, o nome de Benedict Arnold ainda ecoa como sinônimo de traição, por ter conspirado contra a Revolução Americana em favor dos britânicos. Na França, Philippe Pétain, herói da Primeira Guerra, terminou sua carreira como chefe do regime de Vichy, colaborando com os nazistas contra seu próprio povo. Até na Roma Antiga, figuras como Brutus, ao assassinar Júlio César, simbolizaram a ruptura entre amizade e lealdade nacional. Eduardo Bolsonaro, guardadas as proporções e tropicalismos, insere-se nessa tradição vergonhosa: a de transformar o poder recebido das urnas em arma contra a própria República.


A PF no encalço do “Patriota” de Exportação: um PAD para chamar de seu

Imagine a cena: um deputado federal, eleito para defender os interesses do Brasil, decide que a melhor forma de fazer isso é… bem, não fazendo. Pelo contrário, ele opta por uma turnê internacional de lobby contra o próprio país. É de chorar de rir, se não fosse tão trágico. A Polícia Federal, com sua paciência de Jó, finalmente resolveu dar um basta na palhaçada. Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto para apurar a conduta do nosso “herói” durante suas peripécias, suas “altas aventuras” nos Estados Unidos. A motivação? Uma representação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que, aparentemente, não achou graça na performance de Eduardo Bolsonaro. O Diário de Pernambuco noticiou o caso com a gravidade que ele merece, mas a gente sabe que, no fundo, é tudo uma grande piada de mau gosto.

O narcisista Eduardo, que por um capricho do destino ainda é escrivão da PF (licenciado, claro, para se dedicar à sua carreira de “influencer” internacional), agora pode enfrentar penalidades que vão desde uma advertência (quem diria, hein?) até a demissão. Demissão! Para um sujeito que se autoproclama defensor da pátria, ser demitido por traição à pátria é o auge da ironia.

Boulos, em um raro momento de lucidez política, celebrou a decisão da PF: “GRANDE NOTÍCIA! A Polícia Federal aceitou nossa representação e abriu processo para demitir Eduardo Bolsonaro do cargo de escrivão por traição à pátria. Eles blindam de um lado, a gente vai pra cima de outro!” É a prova de que, mesmo no caos, a justiça, por vezes, dá um ar da sua graça, ainda que tardia..

E qual seria o grande objetivo dessa cruzada internacional de Eduardo? Bom, os propósitos são tão nobres quanto um cheque sem fundo: articular apoio com Donald Trump para anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 (leia-se Jair Bolsonaro) e, pasmem, pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ou seja, ele está lá, nos EUA, pedindo para que um governo estrangeiro interfira na soberania brasileira, tudo para proteger o papai e atacar quem ousa contrariar a narrativa bolsonarista. Se isso não é traição à pátria, então o que é? Um ato de amor? Um mal-entendido diplomático? Por favor, poupem-nos da hipocrisia. É a definição de traição em sua forma mais pura e descarada, embalada para presente com um laço de deboche.

Lembremos: na história, a traição nunca vem sem máscara. Brutus se disfarçava de leal, Pétain de patriota, Arnold de general honrado. Eduardo veste a fantasia do “embaixador informal” para esconder a face de um lobista internacional de interesses privados.


O marginalizado “Filho 03”: quando a pátria vira moeda de troca

Não é de hoje que a figura de Eduardo Bolsonaro flerta com o ostracismo político, mas agora, parece que ele finalmente conseguiu seu lugar ao sol… ou melhor, à sombra da marginalização. A revista VEJA (que os apoiadores de Eduardo dirão que é comunista) não poupou palavras ao descrever como as acusações de traição à pátria o transformaram em um político com “potencial radioativo”. É quase poético, não é? Um sujeito que se dizia o guardião da moral e dos bons costumes, agora é visto como um elemento tóxico, um Chernobyl ambulante da política nacional. Uma metáfora precisa: ele contamina tudo ao redor, afasta aliados e deixa um rastro de toxicidade.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, vejam só, justo ele, em um comunicado que mais parecia um recado cifrado para o nosso “patriota” de exportação, condenou veementemente sanções de nações estrangeiras contra membros de Poderes constituídos. Ora, quem diria que a defesa da soberania nacional seria tão impopular entre os que a atacam? A mensagem, embora genérica, tinha endereço certo: o deputado que defende abertamente a interferência externa no Brasil. A VEJA ressalta ainda que Eduardo Bolsonaro está sob risco de perda de mandato, e a Procuradoria-Geral da República mantém um inquérito específico sobre o caso. Parece que a conta chegou, e não foi em dólar, não é mesmo?

Na França, Pétain também acreditava estar “salvando a pátria” ao se aliar aos nazistas. A posteridade o julgou de outra forma. Nos EUA, Benedict Arnold pensava que fortaleceria sua carreira mudando de lado. Terminou como um pária. Eduardo, ao defender intervenção estrangeira nos assuntos brasileiros, trilha o mesmo caminho: o da irrelevância moral e da lembrança vergonhosa.


O PT e a PGR: a denúncia que faltava para o “embaixador” do caos

Para coroar a obra-prima da traição, temos o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrando em cena com uma denúncia formal. O site pt.org.br noticiou que Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Renato Figueiredo, mais conhecido como o neto do ditador João Figueiredo, que gostava mais de cheiro de cavalo do que de povo, foram denunciados por coação no curso de processo judicial. A acusação? Atuar nos Estados Unidos para tentar livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro da cadeia. É a velha máxima: diga-me com quem andas e eu te direi quem és… ou, neste caso, diga-me quem tentas livrar da cadeia e eu te direi o quão comprometido estás com a justiça (ou a falta dela).

A denúncia da PGR, baseada em provas robustas como declarações públicas dos próprios denunciados e dados de celulares apreendidos, aponta para ameaças inequívocas e consistentes. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, as ações de Eduardo e Figueiredo foram contra os interesses da República, visando defender interesses familiares. Eles teriam ameaçado autoridades judiciárias com a promessa de sanções norte-americanas para “dificultar e arruinar suas vidas civis” caso o processo criminal não tivesse o fim desejado ou a anistia para Jair Bolsonaro não fosse concedida. Lindbergh Farias (PT) foi cirúrgico ao afirmar que as ações de Eduardo motivaram sanções econômicas dos EUA sobre o Brasil e perseguição a autoridades nacionais, consolidando um “histórico de traição à Pátria”.

Não se trata mais de mero deslize retórico, mas de um esforço sistemático para desestabilizar as instituições democráticas em nome de uma cruzada pessoal.

Esse ponto é crucial: a traição nunca é apenas contra pessoas, mas contra a própria ideia de nação. É o mesmo padrão de figuras históricas que, em nome de ideologias, ambições pessoais ou fidelidade a terceiros, jogaram seus países na fogueira da instabilidade.


A “trilha sonora” da deslealdade

Se Eduardo fosse um álbum, seria uma coletânea tragicômica de hinos mal executados:

  • “Lobby Internacional” – faixa de abertura, onde se pede ajuda ao estrangeiro contra a própria pátria.
  • “Sanções, Por Favor” – single de gosto duvidoso, com refrão repetitivo contra o STF.
  • “Chernobyl Político” – balada radioativa que ninguém quer ouvir, mas que contamina todo o ambiente.
  • “O Embaixador que Nunca Foi” – lado B, clássico das promessas vazias.
  • “Judas Tropical” – faixa bônus, dedicada à posteridade.

Cada música desafina mais que a outra, mas juntas formam o disco da traição.


O Legado do “traidor da pátria”

De Judas a Brutus, de Benedict Arnold a Pétain, a história reserva um lugar especial para os que decidiram virar as costas à própria pátria. Eduardo Bolsonaro, com suas incongruências diplomáticas e ataques contra as instituições brasileiras, escreveu seu nome nessa lista indigesta.

Diante de tantos fatos, citações e fontes, fica difícil argumentar contra a ideia de que Eduardo Bolsonaro não é apenas um político controverso, mas um verdadeiro “traidor da pátria”. Sua atuação nos Estados Unidos, buscando a interferência estrangeira em assuntos internos do Brasil, a defesa de golpistas e a tentativa de desestabilizar as instituições democráticas, pintam um quadro sombrio de deslealdade e irresponsabilidade. 

Ele não será lembrado como o “embaixador” que sonhou ser, mas sim como a personificação da traição, o “traidor da pátria” por excelência, uma caricatura de patriotismo travestido de submissão, um exemplo de como a ambição e a cegueira ideológica podem levar um indivíduo a agir contra os interesses de sua própria nação. 

No fim, Eduardo não passa de um personagem patético, narcisista e secundário de uma comédia de erros, mas que, por ironia da história, carregará o título de protagonista do maior ato de traição política da era contemporânea brasileira. Sua trajetória serve de aviso: a lealdade à pátria não se mede em slogans, mas em atos concretos de defesa da soberania e das instituições democráticas

Que sirva de lição para as futuras gerações, para que nunca mais se confunda patriotismo com subserviência a interesses escusos e estrangeiros.


👉 E você, que leu o texto até aqui: até que ponto figuras como Eduardo representam apenas desvios individuais, e até onde são sintomas de uma cultura política que ainda não aprendeu a diferenciar patriotismo de servilismo?

Sal

Jornalista, blogueiro, letrista, já fui cantor em uma banda de rock, fotógrafo, fã de música, quadrinhos e cinema...

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