Uma poesia chamada Noite Nômade

Uma poesia chamada Noite Nômade - pitadas do sal

Olhe aqui!
Tá tudo bem agora
Houve um assassinato lá fora
Mas isso não faz nenhum sentido!

É tanta coisa ao mesmo tempo
E tão pouco tempo pra tanta coisa
Não adianta procurar ajuda onde não há!

Olhe aqui!
Dê o fora
Quebre o telefone ou acerte o passo de vez
Estou aprisionado dentro da cidade de luz!

Há tão pouco tempo
Não! —  Não tenho nada de bom pra dizer sobre você!
Todos saíram e eu só preciso de um nome!

Vivo num mundo que não criei
Vingando as dores que não procurei
Você  me expulsou do paraíso!

Um outro agora vive meu lugar
Sei o que ele pensa e sente
Sei o que ele sonha e onde quer chegar!

Então não maltrate esse cachorro vadio
Babando raiva e espumando cio!

Este Sábado arredio
É um oferecimento da Sexta de frio

O caminho é  longo
Mas sempre conduz á noite nômade
Com o contraste de beleza e destruição

Não há  limites
Tudo se esvai!

por Ariston Sal Junior

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Noite Estrelada Sobre o Ródano – Van Gogh

A poesia Noite Nômade foi escrita nos idos dos anos 1990. Na época eu acabara de ler On the road – Pé na Estrada, do Jack Kerouac, traduzida pelo Eduardo “Peninha” Bueno.

Minha paixão pela literatura crescia a passos largos e o livro, eleito pela crítica especializada como a obra-prima de Kerouac, um dos nomes mais importantes da geração beatnik, me agradou demais por sua prosa, seus personagens. Certamente não passaria incólume após a leitura.

Enquanto devorava livros, escrevia letras de músicas. Algumas poesias. Gosto em especial de Noite Nômade pelo ritmo, pelas imagens…

A poesia Noite Nômade, claro, não faz jus, nem mesmo menção à escrita beat, mas quando a escrevi estava, sim, imbuído com o espírito dos beatniks.

Em outras palavras, por conta dessa fase, além da poesia Noite Nômade, outras poesias foram escritas com esse espírito. Mas, isso é assunto para outra postagem.

Sal

Jornalista, blogueiro, letrista, já fui cantor em uma banda de rock, fotógrafo, fã de música, quadrinhos e cinema...

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