Walter Hugo Khouri: o diretor que desafiou o vazio ganha livro à altura de sua obra
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Dizem que tem artista que nasce fora de época. Outros vivem fora de moda. Mas Walter Hugo Khouri, sem brincadeira, parecia existir fora do mundo. Era como se cada filme dele fosse uma cápsula lançada da estratosfera, pingando existencialismo na tela e deixando o público meio tonto, meio encantado, meio “que porra foi essa?”.
Agora, finalmente, a trajetória do cineasta mais elegante e inquieto que o Brasil já teve ganha um tratamento à altura: O Cinema de Walter Hugo Khouri, de Donny Correia, é o primeiro estudo crítico de fôlego sobre sua obra e chega pelas mãos da Cosac Edições, aquela que sabe fazer livro com alma.

Khouri não se alinhava. Se desalinhava
Esquece movimento. Khouri não era Cinema Novo, não era Boca do Lixo, nem era marginal. Era ele. E só. Durante 46 anos, de O Gigante de Pedra (1953) até Paixão Perdida (1999), ele construiu uma filmografia que misturava filosofia, desejo, melancolia, silêncio e carne. Muito silêncio. Muita carne. Tudo embalado numa estética refinada, por vezes erótica, por vezes dolorosamente humana.
Donny Correia, poeta e cineasta, mergulhou durante seis anos no Acervo Walter Hugo Khouri, pesquisando documentos inéditos, roteiros, imagens, bastidores. Daí saiu este livro: 352 páginas com 141 imagens, sinopses, pôsteres, fichas técnicas e muita análise afiada, mas com alma, não com jaleco acadêmico (nenhum problema nisso tb. Mas vocês me entendem!).
De Noite Vazia ao Amor, Estranho Amor
Khouri foi o tipo de autor que nunca quis sintetizar nada. Ele preferia a contradição, o mistério, a fissura entre o que se vê e o que se sente. Noite Vazia (1964), com Odete Lara e Norma Bengell, é talvez seu ponto mais alto, e é o centro da chamada “Trilogia Cinza”, analisada em profundidade no livro.

Já o polêmico Amor, Estranho Amor (1982) ganhou novas camadas de análise, escapando da caricatura que se criou ao redor da participação de Xuxa anos depois. Correia propõe outra leitura: não a do escândalo, mas a da crítica velada à hipocrisia da elite paulistana.
Khouri era um cinema em estado sensível
Inácio Araújo assina o prefácio do livro. Júlio Bressane oferece o pós-escrito poético e mete bronca ao dizer que Khouri fazia “um cinema que pensa, coisa rara”. Para eles, ele não era alienado. Era subversivo. Só que sutil. Implodia a burguesia de dentro, com imagens que doíam mais que discurso.
Khouri não gritava. Ele sussurrava. E nesse sussurro estavam as perguntas sem resposta: o que é o desejo? o que é o vazio? o que é amar sem tocar?
Um livro para quem ama cinema

O Cinema de Walter Hugo Khouri não é biografia. É análise, memória, ensaio. É uma tentativa de resgatar um autor que nunca se rendeu ao mercado nem ao modismo. Um artista que, como ele próprio dizia, era comandado pelo filme — e não o contrário.
Se você ama cinema de verdade, da pesada, que inquieta e abraça ao mesmo tempo, esse livro é um banquete. Tá em pré-venda no site da Cosac e merece espaço na sua estante, entre um Bergman e um Antonioni. Ou ao lado do Glauber, que o respeitava mesmo sem comungar da mesma missa.
E aqui uma verdade absoluta:
“A um certo momento é o filme que estamos fazendo que nos comanda. Que flui de dentro de nós de forma inexorável, num processo quase automático.”
— Walter Hugo Khouri
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